Os observatórios Unifesp são espaços de articulação democrática, participativa e dialógica, capazes de contribuir para o monitoramento e a transformação da realidade por meio de análises, reflexões, produção de dados e conhecimentos, subsídios e recomendações visando a acompanhar, dar visibilidade, problematizar e evidenciar a temas, situações, problemas, políticas públicas e processos de relevância socioambiental e de garantia de direitos.

A presente política de observatórios Unifesp orienta-se pelos seguintes princípios:

I. Função social da universidade pública: orientada por sua capacidade de produção coletiva de conhecimento de interesse público e socialmente relevante. Consiste no compartilhamento de saberes de forma autônoma, gratuita e regular em debates abertos com a sociedade civil e agentes do Estado, estabelecendo uma relação dialógica por meio da qual também receberá considerações críticas sobre a sua função social e seu papel institucional.

II. Multiescalaridade espaço-temporal: considerados os diferentes recortes e abrangências definidas nas abordagens dos observatórios Unifesp. As variações de escala implicam em mudanças na apreensão dos diferentes níveis de complexidade definidos a partir das relações entre variáveis distintas presentes nos processos e realidades sociais.

III. Convergência do conhecimento: as ações do observatório devem ser orientadas por análises e reflexões a partir do compartilhamento do olhar e da prática de distintos campos disciplinares e profissionais. A escolha do objeto de cada observatório, da metodologia de trabalho, da composição e da implementação devem ser resultantes do trabalho conjunto dos diferentes sujeitos com seus saberes e práticas.

IV. Articulação universidade-sociedade: primar pelo diálogo livre, franco, responsável e democrático. Deve-se considerar que na Universidade estão reproduzidas assimetrias, desigualdades e contradições da própria sociedade. Ao mesmo tempo, constitui-se espaço capaz de investigar e pensar a sociedade que a integra. A Universidade é, portanto, parte da sociedade e ambiente externo de análise científico-crítica. Assim, sua relação com a sociedade deve ultrapassar a comunicação de resultados de pesquisas ou a formação de pessoas, implicando-se como agente e parte das relações sociais numa perspectiva transformadora.

V. Instituição laica, republicana e democrática: deve ser irradiadora e acolhedora de saberes críticos orientados para a construção de uma sociedade livre, diversa e justa, seja apontando meios para o alcance de tais objetivos, seja atuando diretamente nesse sentido.